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O pouco explorado mercado das cervejas gluten free

O pouco explorado mercado das cervejas gluten free: devo entrar nesse mercado?

O pouco explorado mercado das cervejas gluten free | Cevada, trigo, água e fermento, os 4 elementos essenciais da cerveja tradicional. Os já seculares apreciadores veem nessa combinação uma boa experiência, e muito se tem produzido para democratizar ainda mais a cerveja: sem álcool, sabores diversos, pouco açúcar… Mas, e sem glúten?

A matéria prima tradicional da cerveja infelizmente não atente aos celíacos e intolerantes ao glúten. Isso acontece, pois o centeio, o trigo e a cevada, por exemplo, contém essa proteína que compromete a saúde de pessoas celíacas e causa desconforto a intolerantes à substância.

> Quais as dificuldades em atender essa demanda?

O “problema” da produção da cerveja gluten free mora em diversos fatores:

  1. A quantidade em ppm: as cervejas mais comuns, como o caso da Lager, apresentam uma média de 63ppm (partes por milhão) de glúten em sua composição. Para ser considerada gluten free, e atender sem riscos a celíacos e intolerantes, é necessário o volume de até 20 ppm, que não é exatamente fácil de se adaptar;
  2. Os ingredientes: produzir cerveja sem compostos que incluem glúten, como a cevada e o trigo, não é uma tarefa tão simples. Para muitos cervejeiros, a adaptação a materiais como milheto, sorgo e quinoa se torna caro e de sabor incomum, o que pode não agradar o paladar de quem está acostumado ao tradicional;
  3. Separação de produções: a fim de evitar contaminação cruzada e, portanto, consequências a celíacos e intolerantes ao glúten, a produção gluten free deve idealmente ser feita de forma distinta. Isso significa ter equipamentos, sistemas, embalagens e objetos em geral separados e direcionados apenas a essa produção, o que dificulta a coexistência de produtos com e sem glúten na mesma linha.

> Quais as vantagens em atender essa demanda?

Encarar o desafio e investir certo para produzir cervejas sem glúten pode ser muito interessante e um mercado atrativo, também por diversos fatores:

  1. Procura e demanda: a sensibilidade ao glúten é crescente, tornando produtos gluten free de alta procura. Atualmente, não é difícil encontrar pessoas intolerantes ao glúten, e logo se pode conhecer alguém que conhece alguém que se encaixa nessa descrição. Aproveitar essa tendência é uma oportunidade de crescimento significativo no mercado, sobretudo quando se fala em mais de uma linha de produção;
  2. O pouco exploradoConsumidor atual: o atual público consumidor “de peso”, composto pelas gerações millenial e Z, tem buscado essas referências mais saudáveis e liberadas a intolerâncias a substâncias, sendo um mercado de grande interesse. Sem dúvidas, uma imagem inclusiva e positiva também é um fator que contribui enquanto vantagem;
  3. Soluções de produção: apesar da dificuldade produtiva, que idealmente deve ser independente, existe uma solução viável para mais de uma linha concomitante. O investimento em equipamentos, objetos e sistemas de fácil higienização e sanitização podem sim facilitar a entrada nesse mercado, evitando a contaminação cruzada. Mas atenção! É necessária uma extrema cautela e conferência minuciosa de cada lote, testando-os para conferir sempre se a taxa de glúten está abaixo dos 20 ppm.

 

Por fim, entrar no mercado gluten free, sobretudo no ramo das cervejas, é uma decisão que deve ser feita com muito cuidado e planejamento. É essencial pesquisar o máximo possível e investir numa produção responsável, o que inclui equipamentos sanitizadores e de fácil higienização, desde as envasadoras até o recrave/arrolhamento.

Fonte: Cerveja Em Foco